enauravespasiano

“CONSCIÊNCIA” – Qual a cor da sua?

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Oi pra tudo que é GENTE,

Estou tentando Ter mais COR aqui  

. . .

😉

Dia da Consciência “Negra”

SIM! Há momentos em que damos cor a nossa consciência. 

Nem sempre a mesma cor lhes é dada, porquê talvez a cor que a envolva, tenha uma variação maior que qualquer gama de paleta de cores neon’ …  

Neon sim! Neon porque de acordo com as situações, a cor dela parece saltar aos nossos olhos em “pisca-pisca”, MAS, por agora, não vou acusar a consciência de ninguém e menos ainda a minha !!

Observei-nos, diante de alguns comportamentos, coletivos ou privados, em segundos vi réstias dessas cores por aí. Pensei que tínhamos consciência própria, só que descobri então, consciências pulverizadas por latas de spray, pois os muros da cidade estão cheios delas. Aliás a cidade também está cheia de lixo, lixo orgânico, não degradável e também humano. E me dei conta de que a consciência de cada um de nós também se soma a esse lixão’ ambulante assumindo a consciência de outros povos e costumes.

Vale ressaltar, para além de uma consciência moral, política ou religiosa, a consciência de que eu e você existimos, e enquanto seres humanos somos todos entes, sem importar qual a nossa cor, e sim qual a cor da nossa consciência sobre si e sobre o outro.

Não chego a conclusão crítica nenhuma, apenas indago:

 – Será que uma consciência de cor é pior ou melhor?

Será que ninguém é nada? Será que pelo menos somos alguma(s) coisas senão 100% todas as coisas?


Não somos todas as cores, mas também não somos cor nenhuma 


É digno reconhecer as cores da minha consciência, culturalmente falando?

Por quê pensar essa tal de “Consciência Negra” alarda tanto uma sociedade baseada numa civilização de mestiçagem?

Temos vergonha das cores que são produzidas pela nossa consciência. Às vezes, simplesmente não queremos nos mostrar, outras vezes nos despimos frente ao outro e até entregamos nossos corpos sem reservas, e mesmo assim a cor da nossa consciência ainda é cativa !?!

A depender de onde saímos/partimos originalmente, sentimos que temos que fazer prova e temos que provar sobre a cor da nossa consciência… Também podemos nos sentir desobrigados a provar qualquer coisa a alguém que também possui uma consciência de cor, seja ela coletiva, ou privada, simplesmente por desordem e afronta em ter a consciência de cor que bem quiser sem necessariamente ter que divulgá-la.

Se acreditarmos que a construção e apropriação da Consciência Negra deve fazer bem, mesmo a quem não tiver essa consciência de cor… Precisaremos questionar mitos, lendas e fetiches, que embora pareçam favorecer uma “raça” só pode (des)humanizar a cor da própria consciência.

Consideremos pois, que a cor da consciência pode ser de uma humanidade vil, ainda que fosse ela cor de abóbora ou de  Pau-Brasilis’ como nos indica o filme brasileiro Desmundo”   (2003), dirigido por Alain Fresnot  >> Mostra desde lá atrás, ainda num Brasil de 1570, que esperava-se tanto trazer os rudes “brasileiros” de volta à Igreja Católica quanto branquear a pele, deixando os habitantes de produzir mestiços fartamente.

Falei dos mitos que (des)humanizam a cor da consciência, porque cresci, corri o mundo e constatei que há sempre um mistério nas consciências sobre O NEGRO, MULATO E MESTIÇO e nunca sobre o branco, o amarelo, o pardo ou qualquer termo que camufle uma definição mais marcante.

Sou mestiça; Meu sangue é quente; Meu cheiro é forte; Sou da cor de gente. Minha consciência tem cor de metamorfose.

Qual cor tem a sua?

Por hoje me despeço com a letra de músicos da minha terra:

A MESTIÇA

(Antônio Rogério e Chiko Queiroga)

Uma mestiça no requebrado fazia o homem desassisar; Lá na baiuca, no seu bailado, fazia o homem se embriagar e cativava os forasteiros, deixavam os negros na escravidão, no desamparo, do desarrimo, deixavam-os sempre sem um tostão.

Que mistério é esse negra, que faz se embriagar, os nobres e os pobres peões lá da redondeza, depois torturá-los, matando-os de tesão e desejo e abandoná-los sem revelar seu segredo !?!

Lá vem negra cheia de ouro, seu caminhado faz provocar e as comadres prendem os maridos, temem a mestiça que vai passar, na meia noite cadê os homens, suas mulheres a perguntar, estão na bodega tomando vinho, vendo a mestiça se requebrar.

Que mistério é essa negra, que tira os homens das damas, que a desejam bela na lama, mais que a sua na cama ?!?

E a cidade apavorada, suas mulheres a condenar a tal mulata, numa passeata, pedindo a forca ou sua prisão, mas, o emissário foi seduzido deixou a negra em libertação e as esposas tão ardejantes já não sabiam porque razão.

Que mistério é essa negra, que tem a guarda dos homens, que doma os soldados, que tornam-se seus guardiães ?!?

A namorada dos homens da cidade, alimentava ódio na região e as madames aborrecidas, resolveram dar fim a situaçao, tocaram fogo no seu barraco, amanheceu só cinzas sobre o chão, diante das cinzas choravam os homens, por terem perdido a sua paixão.

Que mistério é essa negra, que fez o homem chorar, pois homem não chora, pois ela me fez lagrimar !?!

Lá na cidade ainda choravam, sobre as ruínas do barracão, o homem nobre, o homem pobre todos unidos numa oração, mas de repente lá surge a negra, sobre a garupa de outro vilão, passou um sorriso tão devassado e acenou pros débeis machões …

Que mistério é esse negra, que faz se embriagar, os nobres e os pobres peões lá da redondeza, depois torturá-los, matando-os de tesão e desejo e abandoná-los sem revelar seu segredo ?!?

 

Esta entrada foi publicada em novembro 20, 2012 às 5:10 pm e está arquivada sob A Do Dia!. Guarde o link permanente. Seguir quaisquer comentários aqui com o feed RSS para este post.

2 opiniões sobre ““CONSCIÊNCIA” – Qual a cor da sua?

  1. Amei o texto e digo que me incomoda o fato de tentar CLAREAR minha pele, chamando-me de MORENINHA ( ai que ódio!!!!!!)…”Temos vergonha das cores que são produzidas pela nossa consciência…”

  2. Sua opinião trata de alguém que milita a respeito da cultura negra, sinal de que acertei em alguma coisa do que disse… é, tb lembro de um tempo que eu odiava os flertes do tipo: “Morenahhhhh’…. vc é linda!” (junto a uma pegada de mechas do meu cabelo), mas, hj já me acostumei mais e até me divirto bastante c isso, pois o q me incomoda n é mais a nomenclatura, mas como sou compreendida só por causa da cor, parece que sou “A gostosa” só por ser de cor, e ao mesmo tempo parece que sou sempre uma ameça, só servindo de ornamento, seja na relação intrapessoal ou trabalhista. O Brasil nega nega suas cores mas vive usando as mais variadas belas mulatas como cartão de visita, n apenas no carnaval … Se n tem dia da consciência negra reclama falta de identidade, se tem dia reclama a identidade?! Vá entender que cor tem a consciência brasileira!?

Tanx'